segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Coquetel Molotov.



Coquetel Molotov é um festival de música originado em Recife. Foi a primeira vez que o festival veio para Belo Horizonte e contou com uma diversidade grande de artistas como: Boogarins, Pequeno Céu, Mahmed, Congo Congo, Ava Rocha e outros.





Duas coisas me impressionaram bastante. Primeiro, o preço de 15 reais, o que comparado aos outros festivais é bem barato e segundo as diversas formas de apropriação do espaço. O local do festival foi o Cine 104, um lugar diversos espaços diferentes e por isso eram três palcos. Um era o principal, localizado no maior salão e no qual tocavam as principais atrações. O segundo ficava no cinema e era complementado com várias projeções, o que intensificava as sensações provocadas pela música. Já o último era no café. O menor palco era cercado por uma feira com diversos produtos: roupas, bijuterias, comida. Foram três espaços utilizados muito bem e interconectados apesar de suas distinções.










Aquarius, filme.





Aquarius conta a história de Clara, jornalista e crítica de música, que mora no prédio chamado Aquarius desde sua juventude. A construção fica na orla de Boa Viagem, bairro nobre de Recife. Devido à especulação imobiliária, o edifício é cobiçado pela construtora KMF, que consegue adquirir todos os apartamentos, menos o de Clara, representada por Sônia Braga. A partir desse momento começa uma disputa, que decorre por todo o filme. É recorrente no filme cenas do passado e presente que demonstram a importância do apartamento para Clara. Foi onde todas as suas memórias foram concebidas e durante o filme, é evidente que elas continuam em construção. É a justificativa para a recusa em vender seu apartamento. O clima de suspense, quase terror, é constante por todo o filme, no qual os cortes dos momentos de calmaria para os de incômodo são abruptos e auxiliados pelas imagens e sons. É um longa interessantíssimo tanto da questão relacionada à arquitetura (especulação), quando do viés cinematográfico.

Urbe Urge!



Urbe Urge é um encontro que tem como objetivo discutir assuntos importantes e urgentes que dizem respeito à cidade e consequentemente à todas as pessoas. Há várias discussões e palestras, durante um período de dois meses que vai desde o corpo, até o planejamento urbano. O dia que fui, era a distribuição de 7 cartilhas referentes à algumas dessas questões.




A primeira cartilha é um geral sobre o lixo, como ele é tratado e mais importante, como poderia ser. Contém informação como a quantidade de lixo gerada no Brasil por dia (215 mil t) e o dinheiro anual gasto com o mesmo (9.42 bi); funcionamento e papel da SLU, Superintendência de Limpeza Urbana; um pouco da legislação da limpeza urbana; o destino do lixo e suas consequências.




A segunda cartilha fala sobre espaço público e a nossa relação com estes. A cartilha explicita que muitas pessoas não se sentem confortáveis, pertencentes ou apropriadores dos espaços públicos e isso se dá por diversos fatores como a prioridade aos carros e não aos pedestres, a cidade feita para adultos, a falta de segurança, os shoppings como área de lazer e convivência, arquitetura hostil, pouco verde e legislação restritiva. Além disso, mostra formas de tornar os espaços mais públicos através de eventos, conexões verdes, ciclovias, brincadeiras, mobiliário e fachada mais ativa.




A terceira discorre sobre as formas de deslocamento na cidade, que tem se tornado cada vez mais difícil. Porém o mais interessante da cartilha são as alternativas para uma mobilidade mais inclusiva e democrática: metrô, bondes, trens, restrição aos automóveis, prioridade à locomoção não motorizada, tarifa zero e outros mais.




A quarta são 9 dicas para nadar nos rios de Belo Horizonte. 1. Procure águas frescas. 2. Cuide das nascentes. 3. Planeje os territórios a partir das bacias hidrográficas. 4. Permita usos múltiplos das águas. 5. Recupere os rios urbanos. 6. Pense nas águas junto das outras questões da cidade. 7. Impeça canalizações. 8. Escute as pessoas que vivem essas águas todos os dias. 9. Compartilhe informações.




A quinta cartilha realiza todo o trajeto feito pelos alimentos que consumimos, enfatizando a quantidade de agrotóxicos que eles possuem. Explicam quem são os produtores, fazem o glossário de agricultura e ainda ensinam a fazer um horta, para que diminua a dependência de distribuidores.




A cartilha número seis introduz a questão do medo na cidade e investiga os motivos desse sentimento. Além disso, critica os modos pelos quais nos "protegemos", que na verdade ajudam no acréscimo do medo diminuindo a vitalidade da rua e aumentando a insegurança. Por fim, mostra como o Estado, a cidade e as pessoas estão se organizando.




A última cartilha é sobre o tema moradia, realçando a importância de pensar além de um teto e quatro paredes mas também nas diversas relações e ações envolvidas. A moradia está se tornando um privilégio, mesmo sendo um direito de todos. Os não privilegiados são jogados cada vez mais para a periferia da cidade. A cartilha mostra atitudes para melhorar a questão posta em prática ocupação e lógicas alternativas.










SketchUp dp espaço escolhido para a intervenção.

Performance.

Caderno técnico do objeto interativo.

stella